Entre as ações, está o projeto de navegabilidade do rio Capibaribe que deveria ficar pronto oem 2014 e prazo agora é 2017
Paulo Câmara tem desafio de dar seguimento a obras que Eduardo Campos e João Lyra não conseguiram concluir
Roberto Pereira/SEI
A maior parte do passivo de obras deixadas por Eduardo Campos e João Lyra (PSB) não sairá do papel em 2016, no segundo ano de governo de Paulo Câmara (PSB). A lista tem ações em diversos setores, porém é nas áreas de mobilidade e ressocialização em que estão as principais pendências.
Entre eles, os corredores Norte-Sul e Leste-Oeste, o projeto de navegabilidade do rio Capibaribe, a construção do presídio de Itaquitinga, a recuperação da BR-101 e a retira dos presídios de Itamaracá. A perspectiva mais otimista é para que esses empreendimentos se concretizem em 2017.
Um dos projetos mais esperados, sobretudo pelos moradores do Recife e da Região Metropolitana, é a construção de estações fluviais ao longo do rio Capibaribe. O empreendimento foi anunciado por Eduardo Campos em 2012 e deveria começar a operar em 2014, já sob a gestão João Lyra, mas está com o cronograma atrasado. “Devemos iniciar as operações no primeiro semestre de 2017. Não há dificuldade de recursos, mas as obras estão em ritmo lentíssimo porque estamos encontrando alguns problemas com o consórcio responsável pelo projeto”, informou a secretária-executiva da Secretaria das Cidades, Ana Suassuna.
O consórcio a que se refere a gestora é formado pelas empresas ETC e Brasília Guaíba. Ainda segundo Ana Suassuna, a Secretaria das Cidades avalia que medidas tomará para pressionar as empresas responsáveis pelas obras. “Estamos na expectativa de alinhar isso com o governador quando ele voltar do recesso”, declarou.
Além de cobrar agilidade do consórcio, a gestão Paulo Câmara precisará tomar outras providências se quiser ter a navegabilidade do Capibaribe como um dos seus legados. “As obras são apenas parte de um processo. Precisamos iniciar um plano de mobilidade fluvial em discussão com a sociedade e renovar algumas licenças ambientais que já venceram”, explica a secretária-executiva.
BRTs - Por meio de nota, a Secretaria das Cidades informou que contratou uma empresa para fazer um levantamento das obras inacabadas no corredor Leste-Oeste e após a conclusão desse trabalho haverá uma nova licitação já que o consórcio responsável pelo projeto abandonou o empreendimento.
Sobre o Corredor Norte-Sul, só haverá conclusão total dos serviços no segundo semestre de 2017. Os obstáculos listados pelo governo são licenças ambientais, pagamento de desapropriações, realocação de redes de alta tensão e liberação de áreas por parte da União.
OPOSIÇÃO - As obras e projetos inacabados que as gestões Eduardo Campos e João Lyra deixaram como herança para Paulo Câmara integrarão o roteiro que a oposição à gestão socialista está preparando para este primeiro semestre. Alguns dos empreendimentos já receberam a visita da bancada oposicionista no ano passado, dentro do projeto Pernambuco de Verdade, mas devem reaparecer na lista de inspeções este ano. A tática da oposição é confrontar à exaustão o discurso do PSB estadual de que é competente em fazer entregas à população. Esse, inclusive, foi o mote dos socialistas nas inserções televisivas do partido no ano passado
Por conta dos recentes problemas nos presídios do Estado, com a fuga em massa de detentos, a oposição irá canalizar uma atenção especial para o Centro de Ressocialização de Itaquitinga (CIR), localizado na Zona da Mata. A unidade penitenciária foi prometida por Eduardo Campos para 2012, mas está com as obras paradas e não tem uma perspectiva de ser finalizada a curto prazo devido a uma intricada briga jurídica.
Em relação à desativação dos presídios de Itamacará, solução que foi apresentada pelo então governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ainda em 2006 e depois encampada por Eduardo Campos quando assumiu o governo em 2007, o cenário é ainda mais desanimador. Recentemente, Paulo Câmara declarou que não há condições de retirar as unidades do município devido ao déficit de vagas nas demais instalações prisionais do Estado.
“A lista de débitos é grande. A barragem de Serro Azul não foi concluída, há obras da Operação Reconstrução (na Mata Sul) atrasadas. Alguns obras de UPAs estão inconclusas, a PPP (Parceria Público-Privada) do Saneamento está com mais de 30% de atraso no cronograma. Tem a BR-101”, elenca o líder da oposição, deputado Silvio Costa Filho (PTB).
Para neutralizar as investidas oposicionistas, o governo estadual vai reforçar o discurso de que a crise econômica e política atrapalhou o andamento das ações. Os socialistas também vão reiterar que fizeram o que estavan ao alcance com os recursos que tinham à disposição.
Em relação à recuperação de trechos da BR-101, por exemplo, a Secretaria das Cidades, por meio de nota, diz que realizou um “plano de ataque emergencial” de outubro a dezembro com a intenção de “oferecer melhores condições de tráfego e possibilitar mais fluidez e segurança para os veículos”.
Ainda de acordo com a Secretaria das Cidades, a restauração da BR-101 passou, no fim de 2015, a ficar sob responsabilidade da Secretaria de Transportes. A reportagem do Jornal do Commercio procurou o titular da pasta, Sebastião Oliveira, mas foi informada de que ele está de férias. Por meio de nota, o secretário estadual de Transportes em exercício, Antônio Cavalcanti Júnior, informou que os trâmites legais para assumir os serviços na rodovia ainda estão ocorrendo junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
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